G. Haderer |
É de louvar o espírito de sacrifício, a abnegação, o estoicismo, o altruísmo e inabalável amor ao conhecimento dos cientistas que andaram a medir pilinhas para reclher a média.
Saber o tamanho médio do pirilau é de extrema importância. Só esta informação permite com segurança afirmar se um indivíduo vive para além ou aquém das suas possibilidades e se tem um rendimento acima da média, caso em que terá de pagar imposto acrescido e um maior valor nas portagens.
A Gaffe considera que o tamanho da pilinha deveria mesmo ser indicado no Cartão de Cidadão, ao lado do número de contribuinte. O caso ficava arrumado. Bastaria um olhar de soslaio ao documento para que uma rapariga esperta ficasse a saber com o que contava - se contava muito, se bastava até dez ou se seria melhor contar carneiros. É certo que um olhar de soslaio é quase sempre usado para avaliar estas manigâncias, mas sem certificado apenso as conclusões podem estar erradas, viciado o material em análise com acrescentos que incluem as peúgas recebidas no Natal.
Embora não seja um requisito valorizado por nós - cansamo-nos tanto de o afirmar que começamos a ficar seriamente tentadas a repensar esta posição -, temos de confessar que o tamanho do piralau é sempre visualmente impactante. Causa-nos, temos de o admitir, menor impressão termos na frente, todo nu, um lenhador brutal de 1.90m com uma pilita de Cupido barroco, do que Toulouse-Lautrec a quem, apesar de baixinho, chamavam bule por motivos óbvios.
A preocupação masculina com a envergadura dos apêndices é assim de certa forma justificada, mas para nós é digna de grandes proporções apenas quando um homem é só a sua pila.