Seria tão conveniente e tão cómoda a existência de rapazes possíveis de colher sem perdas de tempo e manobras cansativas que apenas atrasam paraísos!
Todas as fatigantes manigâncias que uma rapariga esperta usa para requisitar sem que ele o perceba os bons e amáveis préstimos de qualquer interessante matulão, tornar-se-iam inúteis e, para prazenteiro e consolador ganho de tempo, teríamos, em segundos apenas, conseguido poupar alguns esforços que tanta falta nos fazem para nos livrarmos dele depois.
A perspectiva de, ao passar por um rapagão capaz de nos despertar os mais básicos instintos animais, se poder, com sofisticação, fazê-lo encaixar de imediato no banco de trás - ou no lugar do morto, findas as tarefas - sem o ter de ouvir palrar, citar poetas, beberricar as horas e mordiscar biscoitos ou ver gesticular as frases que empobrece, deixa uma rapariga esperta muito animada.
Afinal, há rapagões tão interessantes à vista desarmada que dispensam sem qualquer hesitação os complementos que se exigem aos que são convidados para jantar.
Basta que não nos perguntem se gostamos de os ter colhido de repente.