20.9.24

A Gaffe diagnostica

A Gaffe conclui que a Ciência tem muitas vezes encontros desagradáveis com o quotidiano.

Para ilustrar o dito é necessário reorrer a um exemplo digno de nota.

Todos nós já nos cruzamos algures com uma criatura cuja perturbação de personalidade nos causa algum espanto.

É fácil recorre à sabedoria popular e apensar à indiferença que depois sentimos o famoso dito os tolos também se abatem, ou aprendem, desde que encontrem a paciência do terapeuta adequado.

A verdade é que perante a Gaffe surgem criaturas estranhas que, se esta rapariga se preocupasse, lhe causariam algum desconforto.

São, para sua surpresa, normalmente mulheres cuja vida se exauriu dispersa por conceitos distorcidos e por preconceitos que foram mantidos como verdades intocáveis, perturbando-lhe os movimentos e encerrando portas e janelas até à imobilidade e à solidão total.  

Acreditam piamente que os fantasmas que vão criando são os responsáveis pelas sombras tenebrosas que lhe tolhem todos os cantos e todas as esquinas dos fracassos que acumulam. Defendem-se aos gritos condenatórios, amarrando a fúria que provém de uma frustração constante com as cordas de uma alegada frontalidade que não é mais do que cuspir nos outros quando os outros estão de frente.  
Apregoam desmesuradas a liberdade. Desconhecem que a Liberdade é também um exercício constante de autocensura e, sentadas no banquinho dos medíocres, vão jurando que são maiores do que aqueles que as contradizem, negando-lhes tamanho, enquanto retiram da pochete as moralidadezinhas que dentro enfiaram quando rondavam os WC de Centos Comerciais em decadência manhosa.   
Erguem exércitos de bestas e de monstros cujo único propósito é a destruição das suas preclaras vidas e constroem batalhas de farrapos onde nada existe a não ser o profundo deserto onde sobrevive o cacto das suas existências.

São Átila, a galinha.
São garnizés anabolizados.

Perante estas criaturas o dito popular torna-se hipótese viável.

É a ciência que o contradiz. O imprescindível DSM - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – dedica algumas das suas preciosas notas a estas criaturas, classificando-as como Paranóides, incluídas no grupo B - o Dramático - dos antissocias, borderline, histriónicos e narcisistas.

E como toda a gente sabe, não se deve bater nos tolinhos.

Gaffe - 20/09/2020