28.2.25

A Gaffe em obras

A imagem do blogue que uso é absolutamente esgotante. Suspeito que já nem existe no rol do exíguo bom gosto adolescente. Há que descobrir imagem mais madura, mesmo que isso signifique que envelheci.
A verdade é que uma rapariga arejada se sente um bocadinho apertada neste desenho antigo. Deveria actualizar estas Avenidas, abrindo-as à modernidade, qual Napoleão, qual Pombal, qual governo português em remodelação.

Tenho, contudo, de confessar que quase sofri um AVC quando decidi costumizar estes passeios. Acertar com as riscas e com a escolha do fundo e com as medidas do cabeçalho, foi um trabalho descomunal que me fez sair daqui a parecer a protagonista do Exorcista nos seus momentos mais esverdeados. Acabei por me contentar com o aspecto que tem, mas confesso que sinto as portas a bater sempre que respiro.

Vivo neste blogue como num T0. Levanto uma perna e abro uma janela, espirro e soltam-se as sanefas, afasto as cortinas e desaba o fogareiro - sou uma rapariga campestre -, estico os braços e tomba a caixilharia da marquise, bato as pestanas com mais força e escaco a louça do WC.

Uma maçada. Não se apanha sol e fica-se com sardas assanhadas mesmo assim.

Não entendo rigorosamente nada da personalização avançada que nesta plataforma é um foguetão e o mais próximo que estive do CSS foi durante os episódios do CSI Las Vegas que suspeito não terem nada a ver com este assunto, apesar de não me importar nada de ser costumizada por Gary Dourdan.

Vou às apalpadelas, embora de olhinhos mais ou menos abertos.

Não sou apologista do tuning, mas às vezes apetece-me muito olhar e ver uma macacada infinita pendurada aqui. Receio ter dentro uma miúda pronta a fazer saltar os faróis, a desatar o colorido do para-choques, a sobrecarregar os laterais com desordenados slogans, a iluminar o tejadilho e a enfiar apetrechos aerodinâmicos no carburador, tudo ao som de uma batida bem sonora e bem pedrada.

Depois controlo-me. Lembro-me que, na única vez que fumei um charro, senti que a todo o momento me iam saltar os olhos e rebentar as maminhas. Não foi uma experiência agradável e dei comigo com a cabeça, enfiada no lavatório, a levar com jactos de água como se fossem meteoritos. Deixo, portanto, os charros para os profissionais e interrompo estes passeios até os calcetar de novo.

Até perceber o que me aconteceu e em que medida é que me tornei caquética, fico-me por aqui, sentadita no meu calhambeque a ver passar os bólides.