Foto de William Helburn |
A Gaffe pode abandonar os apetrechos caríssimos que usou ultimamente para dar uma vista de olhos distantes nos rapagões que se vão despindo ao som das ondas de calor que chegam dengosas aos semáforos à beira-mar plantados.
Aberto, escancarado, descerrado, o melhor país do mundo não permite que as visitas sejam infectadas, apresentando a todos os pingados e descarregados gatos que chegam nos cruzeiros - onde, pela graça do senhor e da DGS, ninguém é esmagado por gente amontoada, pois que um paquete tem classe executiva, não sendo, portanto, um transporte público -, um diploma que confere ao terreno o rótulo Limpo e Seguro. Portugal é, uma nação limpa, segura e valente, preparadíssima para enfrentar os descalabros que se anunciam, levantando hoje de novo o esplendor do que era bom.
Dando crédito a um esquálido e esquelético Marcelo - emagrecido à míngua de apertos e açucares -, o melhor país do mundo e a melhor gente do planeta, pode acolher de imediato tresvarios vários com a aquiescência de Graça Freitas que, abertas as lojas, parece suplicar que lhe desamparem a dela.
A Gaffe sabe - por fonte próxima lho ter confidenciado -, que mesmo a Directora Geral de Saúde se prepara para abrir o seu closet ao turismo sénior - regime de meia pensão - com descontos significativos a quem reserve os fins-de-semana para visita à secção das pregadeiras, dos alfinetes de peito e dos broches, vá.
A Gaffe não é de todo adversa ao escancarar descontrolado dos aeroportos, gares, apeadeiros, cais, colinas e fronteiras, desde que, meus amores, não se animem as hostes descaradas com a graçola imbecil do regresso à normalidade que se faz tarde e um casaquinho de malha é quanto basta nas nossas noites de aragens mais frescas ou nas costas deste país que de seguro tem perigosamente muito pouco.