1.7.20

A Gaffe de Volker Hermes


A tentativa de permanecer num universo lúdico que salpicasse de futilidades e tontices várias o espaço que se tornava fácil alimentar com rabiscos do calibre do actual, fez com que a Gaffe saltitasse de plataforma em plataforma até se ter apercebido que o tédio, o aborrecimento, a impaciência, o cansaço e a indiferença pelas palavras, são imunes a curas e a retrocessos apenas elaborados com movimentos digitais de ancas inúteis e anquilosadas.

A Gaffe apercebe-se que foi crescendo devagar e em silêncio a máscara que lhe boicota a apetência e o motivo para baralhar palavras e nesse encaixar de naipes uns nos outros encontrar o definitivo e único objectivo do seu jogo.


Em toda a extensão das nossas vidas de pequenas escritas, há momentos em que somos manietados pelo desinteresse nos mais pequenos surtos de alegria que a construção precária das frases nos provoca. Sentimos que há demasiado tempo que usamos as máscaras que nos vão iludindo e que nos fazem acreditar que estamos demasiado longe das figuras de Volker Hermes, quando a verdade é que sempre estivemos escondidos nos enigmas da nossa própria realidade.