F. Vicente |
A atitude evidente será a de o soterrar, de o proscrever sem lhe tocar, de o aniquilar sem sequer rasar a primeira sílaba da primeira palavra.
Esta repugnante forma de alguém se revelar demente, de alguém acusar uma psicopatia contaminada por Tourette com pingentes de uma crescida e entranhada coprolalia, não é barrada na plataforma Blogger, a não ser quando se impede uma interacção ligeiramente mais alargada, restringindo drasticamente o círculo minúsculo de opiniões autorizadas.
A minha mais que evidente ausência destas lides é consequência da recusa que foi crescendo em ter de tocar no link que abre a cloaca mais abjecta que nos é dado imaginar, para a destruir em seguida.
Para surpresa minha, os comentários por assinar que tinha de desarmar depois de necessariamente os abrir, incomodavam-me, envergonhavam-me e faziam com que me sentisse a necessitar de um banho colossal que durasse horas a fio. Chegava a ficar arrepiada com a dimensão do meu asco.
A plataforma Sapo impede o anonimato, se assim o desejarmos. Os insultos, quando existem são obrigados a reter uma assinatura e conduzem-nos aos burgessos que os pariram. Uma enorme vantagem.
Tenho três opções desenhadas no monitor destas palavras. Saltito com significativo temor e náusea e longos intervalos por entre os campos destes rabiscos, retorno à casa que me protege dos bandidos e vou tentando que os pulinhos sejam mais frequentes, ou deixo de saltar.
Sou, neste momento, toda eu uma indecisão ruiva.
Pelo sim, pelo não, vou levar as malas.