Gosto muito de cavalheiros.
Homens que se levantam quando nós entramos ou que nos oferecem um lugar na primeira fila e se deixam esmagar pela multidão enlatada dos balcões nos concertos com menos distinção.
Acontece que hoje cavalheirismo é deixar a mulher ter o orgasmo primeiro. Nada mais. É de lamentar, até porque só somos verdadeiramente mulheres quando aprendemos a mentir na idade, no peso, no número que vestimos e na maioria dos orgasmos. Este último dado limita imenso a área de acção do actual cavalheiro e falseia a classificação. Temos um orgasmo primeiro do que eles, porque também aprendemos a fingi-lo com eficácia quando tudo se torna muito cansativo.
Não nos entreguemos à ilusão. Acreditar que ainda sobram cavalheiros é como confiar num creme anti-celulite ou num homem lindo, solteiro, com mais de 40 anos e que recusa todos os nossos convites. Em ambos os casos - creme e homem - acabamos sempre deprimidas. Achamos, no primeiro acidente, que talvez necessitemos de botox, porque não nascemos ontem e, no segundo, que talvez o senhor não seja gay, nós é que estamos uns cangalhos.´
Não nos entreguemos à ilusão. Acreditar que ainda sobram cavalheiros é como confiar num creme anti-celulite ou num homem lindo, solteiro, com mais de 40 anos e que recusa todos os nossos convites. Em ambos os casos - creme e homem - acabamos sempre deprimidas. Achamos, no primeiro acidente, que talvez necessitemos de botox, porque não nascemos ontem e, no segundo, que talvez o senhor não seja gay, nós é que estamos uns cangalhos.´