6.6.20

A Gaffe da onça


A Gaffe não condena o adultério.
É ele que mantém muitos casamentos vivos e tendo em conta que um homem é só fiel na maior parte dos casos por preguiça, tenhamos, nós raparigas espertas, como um dos lemas do nosso trajecto relacional, a máxima que nos diz que apenas no caso de encontrarmos o homem da nossa vida, se deve pedir o divórcio, ou quebrar a ligação que nos parece estável no momento.

Até lá, brindemos com a nossa aliança eterna, enquanto dura, e sejamos felizes, pelo menos até o nosso amante nos trocar ou, então, trocarmos nós de amante, caso a rotina nos estiver a dar cabo do casamento, ou da interminável relação.

Convenhamos que faz imenso falta termos sempre alguém de reserva no cacifo, alguém que  nos possa mudar os pneus, ou nos compre as especiarias que esquecemos no hipermercado.
Depois, sejamos sinceras, apesar de tudo é bem mais agradável uma cama aquecida por um bichinho com pêlo que não se move a pilhas, do que esperar por um Godot qualquer num leito virginal cujas únicas bolinhas que alberga são as de naftalina.

Quando Godot chegar, e se chegar, encontra-nos quentinhas!