8.6.20

A Gaffe dos oceanos




A Gaffe não quer de todo deixar passar pela onda o Dia dos Oceanos, sobretudo quando é presumível que nos molhemos com mais uma crista de imbecilidade histérica que condena manifestações em nome dos Direitos Humanos a favor de uma normalidade que só em casos raríssimos – de cem em cem anos, quando o rei faz anos e as galinhas tossem -, protegeu ou protegerá os mais vulneráveis. 

O vírus, meus amores, não pode servir para que em nome da saúde seja de quem for, se torne aconselhável, ou decretado, ou permitido, ou assinado, ou determinado pelo arco da governação do medo, silenciar a revolta contra os atentados ao que deve ser intrínseco à humanidade. 

Se admitirmos em nome da saúde da avozinha, deixar passar incólume o que é desumano - ou adiar a indignação para calendas mais morninhas e resguardadas -, nem avó merecemos ter e, meu queridos, é bom que se refira que a senhora corre mais riscos numa Lisboa e Vale do Tejo repletos de miseráveis condições de trabalho que facilitam a propagação da doença, do que no meio de gente protegida e devidamente asséptica que sabe o que deve fazer num mergulho esgotado na praia do Marcelo.

Então vá. Parabéns oceanos!