A Gaffe deprimida, angustiada e desesperançada, acreditou que já tinha visto tudo, até esbarrar com a sempre bizarra Gisela João a urrar, esbracejar, a praguejar, a vociferar e a rugir impropérios, como se não houvesse tempo e espaço para mais doses de silicone e de imbecilidades na boca, no centro de uma multidão de marionetas borrachonas e exibicionistas enfiadas em alvéolos coloridos.
Uma orgia de bramidos, gritos, uivos e ganidos, misturada com babados e folhosos trapicalhos, rendas e folharecos, lantejoulas, cristais e plásticos aos molhos, luzes e luzeiros, bobos e palhaços trapezistas e um ou dois macacos a tocar tambor.
A Gaffe quedou-se mesmerizada, a um passo da catalepsia.
Nunca esta rapariga supôs possível que uma impostura grotesca e pantafaçuda, almejasse e conseguisse ser um dejectório público e de sinal aberto.