29.4.21

A Gaffe mesmerizada


A Gaffe encontrou de supetão Cristina Ferreira a raiar o extremismo histriónico e fundamentalista, enfiada numa carapaça luminosa enfolada e toda aos folhos, no centro de uma bradejaria inconcebível, ilha de fogo de artifício e de lâmpadas a piscar, no meio de uma manifestação alucinada e alucinogénia de búfalos, gnus, jacarés e crocodilos, a agadanhar e esgadanhar um achatado aspirante a melhores cantorias.

A Gaffe deprimida, angustiada e desesperançada, acreditou que já tinha visto tudo, até esbarrar com a sempre bizarra Gisela João a urrar, esbracejar, a praguejar, a vociferar e a rugir impropérios, como se não houvesse tempo e espaço para mais doses de silicone e de imbecilidades na boca, no centro de uma multidão de marionetas borrachonas e exibicionistas enfiadas em alvéolos coloridos.

Uma orgia de bramidos, gritos, uivos e ganidos, misturada com babados e folhosos trapicalhos, rendas e folharecos, lantejoulas, cristais e plásticos aos molhos, luzes e luzeiros, bobos e palhaços trapezistas e um ou dois macacos a tocar tambor.

A Gaffe quedou-se mesmerizada, a um passo da catalepsia.


Nunca esta rapariga supôs possível que uma impostura grotesca e pantafaçuda, almejasse e conseguisse ser um dejectório público e de sinal aberto.