6.5.21

A Gaffe escreve a Suzana Garcia


Caríssima Sanocas,


Permita que a trate desta forma, pois que as pessoas de bem se devem unir nos diminutivos e em tudo aquilo que extermina os extremos - execpção feita à extrema-unção, que será o que nos restará se a escumalha ganhar aos dados e aos porcos, como usa dizer aquela gente que segue para a Amadora ao fim do dia.

Escrevo estas parcas palavras pela apreensão causada pelo apoio com o que CDS-PP a mimoseou. Sobretudo temendo que se fie na virgem e não corra - como também comentaria aquela gentalha a que já aludi e que só pensa em sexo violento.

Minha querida, o Francisquinho entrega-se ao seu colo porque ainda não saiu daquela fase nojenta da sucção que aquele austríaco parvo decidiu que se devia tornar do conhecimento público, sem pudor algum e sem qualquer respeito pelas pessoas que ficam expostas a cachopada a mamar como se não houvesse amanhã.

Não acredite em amparamentos que se dependuram apenas nas copas da nossa abnegação e dedicação à causa pública e, mais do que tudo, na pureza loira da nossa ideologia.

Acredite em si. Apenas em si, minha querida valquíria, minha intrépida rapariga com guizos e sem pérolas, meu Vermeer numa luz de estúdio. Nunca dê agrados à populaça. Deixe, no entanto, que lhe sussurre - entre gente de bem, volta a clamar o povo, todos os desagravos ficam em águas de bacalhau - que não percebi claramente a crença na vitória da sua candidatura a amadora. O país a precisar de profissionais, de candidatos profissionais, como Santana Lopes ou o Duarte Pacheco - o insuflado, não o de Loulé e do Estado Novo -, como de material operacional, bazucal, no depósito de Tancos e a menina a cometer um pelintrismo destes!

Sei, de fonte segura, e não pela Maria da dita, que a menina é aquilo que basta ao povo que habita aquela coisa afastada. A verdade é que quem nunca provou a nouvelle cuisine, ou a gourmet, ou a molecular- e voltando a citar porcaria, pois que estamos em campanha e é bom parecer que prestamos atenção às pessoas mais depauperadas -, o bacalhau basta.

Não pense em fraquejar ou desistir. Enfrente de peito escancarado a arraia miúda e corte rente os testículos à oposição que come criancinhas. As pessoas de bem estão consigo, tanto quanto ao lado dos proprietários daquelas casotas imbecis em Odemira, requisitadas de forma incompetente e confusa, mas civil e civilizadamente, por um ministro-cartoon, fazendo erguer a ira majestosa de Júdice, da Ordem dos Advogados e dos advogados da ordem, que dos atentados aos direitos humanos só reconhecem os que, por conveniência dos donos, encontram pelos caminhos da escravatura.

Não se amofine, não se confine, não se conforme e sobretudo não se deixe vitimizar quando os tarados, num body shaming tenebroso, desatarem a aludir às suas poderosas mamas que podem em circunstâncias muito específicas abafar o que não lhe convém ser ouvido. Não tem sido fácil, mas é uma questão de mais treino.

Acuse essa gentalha de assédio. Vai ser obrigada a chispar - bazar? Chibatar? Chibar? Nunca conseguiremos domar a linguagem dos mais necessitadas, não é? - alguns nomes e provar que a apalparam e conspurcaram as suas corajosas e civilizadas intenções, mas temos de aceitar que nos pomos sempre a jeito. É inevitável, minha colossal senhora, que descredibilize o que é realmente flagicioso, mas fica sempre bem numa crónica criminal de um programa de um canal qualquer com lixo matinal.

Minha caríssima Sanocas, provavelmente teremos de esperar que o populacho ignore que existe gente cujos progenitores deviam ter limitado a sua actividade sexual a uma sessão de masturbação mútua. Concordará comigo, pois com certeza, pelo que de si comoventemente ouvimos. 

Exterminemos pois a raiz ao Pensamento.