É pelos caminhos estreitos e pasmados como frestas que doem como cortes de papel, que eles chegam a acarretar os seus corpos de videiras. Cheiram a suor e a velho, a cestos e a pão de trigo e trazem bagos de uvas nos olhares e mostram nus outros corpos que não vejo nos corpos sujos de terra e sumo de uva. Outros corpos nus enlameados que arrancados dos braços do chão e dos vinhedos, chegam com eles de camisas rasgadas porque suam.
É da torção da terra, do retorcer da vinha, do leito que o vinho cava como o rio, que os homens que chegam das frestas pasmadas dos caminhos me estendem os acenos desses corpos sujos, coloridos pela noite dos lagares, esfarrapados como rosas lapidadas, e deixam do fundo da ternura que o meu Douro bêbado de mosto marque devagar a rota dos rebelos nos meus seios.