- És uma querida e chegas-me aquilo?
Espero sem mover um músculo. A informação será com toda a certeza complementada.
- Por favor, isso está mesmo em cima daquela coisa! Mesmo aí tão perto!
Noto uma ligeira alteração na voz. Começa a irritar-se porque não lhe chego aquilo que está em cima daquela coisa mesmo aqui tão perto.
Tudo o que tenho, que obedece a estas coordenadas e que pode eventualmente ser incluído no espaço agora recortado pelo indicador do meu irmão que volteia enervado - o indicador, que o mano não tem volta a dar -, é um pisa-papéis ridículo de metal pesado.
Porque sou uma querida, levanto-me e entrego-lho, embora nas sombras sinistras dos desejos da minha alma bárbara lho tenha atirado directo à cabeça.
- Deuses! Que tu és como o governo! Queremos uma coisa, dá-nos outra.
Não é verdade. Quando se trata de uma coisa bem descrita e definida, acerto sempre e, como uma querida que sou, não esqueço sequer os ornamentos, atavios e adereços que possam constar presos àquilo.