G. Haderer |
Cabrito à moda da Serra de Montezinho, carne de porco estufada com castanhas, leitão assado à transmontana, alheiras de Valpaços, feijoada à transmontana, rancho à moda do Minho, bola de carne do Alto Barroso, tripas à moda do Porto, arroz de pato à moda de Braga, cabrito assado com arroz à moda de Monção, rojões à moda do Minho ou cozido minhoto, são algumas das iguarias portuguesas - viva o Norte! -, tocadas directa ou indirectamente pelo alerta da Organização Mundial de Saúde.
É reconfortante verificar que a OMS se encontra preocupada, tentando cumprir pelo menos um terço da sua missão, avisando o mundo do perigo - real, absolutamente real -, do consumo excessivo de carnes processadas, assim como se torna desconcertante ouvir dizer que a realidade se encarrega de apoiar as conclusões relativas a estes produtos, demonstrando que nos países subdesenvolvidos existe uma menor incidência de cancros do sistema digestivo, deixando mais ou menos esquecido o facto de ali não haver nada para digerir. É imbecil ignorar que nos confins do mundo, onde o demo perdeu as botas, os rastreios sistemáticos são praticamente inexistentes.
Travemos o bólide antes de nos espetarmos contra as agulhas da Covid-19.
No entanto, não é nos chouriços que a Gaffe quer cravar o garfo.
A Definição de Saúde que rege a OMS engloba a física, a mental e a social. Nada é completamente saudável se uma das premissas estiver em desequilíbrio.
É de utilidade extrema que a OMS nos dê a conhecer os demónios de um Alcácer-Quibir alimentar, mas é espantoso que esqueça os restantes domínios que deveria por missão abarcar. Nunca a OMS alertou, fornecendo apenas uns pobres exemplos, para danos que o consumo dos globalizados reality shows provoca nos cérebros das populações expostas, nunca se ouviu um alerta para o perigo de se ler Margarida Rebelo Pinto ou Pedro Chagas Freitas - mordendo apenas os chouriços portugueses -, e não parece que a Organização se preocupe muito com o facto de a Gaffe ter de pagar ao Estado uma Certidão de Registo Criminal que lhe é exigida para complemento do processo de fuga que está a organizar, sem que o recibo ou a fatura do Acordo Ortográfico de 1990 seja emitida com o número de contribuinte, apesar do espanto da requerente e a troça da funcionária que a atendeu.
Estas miudezas causam prejuízos no sistema nervoso das pessoas e o consumo excessivo de imbecilidade, de indiferença social, de prepotência e de abusos vários de poder e de confiança, provocam maleitas que levam directamente ao consumo desenfreado dos enchidos processados e degradados em que somos enfiados.
A Gaffe recusa-se a ouvir que a OMS tem horizontes que não são vislumbrados pelo mísero quotidiano de cada um de nós, que a OMS paira para além do mais banal problemazito da Gaffe indignada por se ver a todo o desprevenido instante exposta a Casamentos à Primeira Vista, encharcada por números de telefone de valor acrescentado e vigarizada pelo Estado. Se uma alheira de Valpaços é, para a OMS, tão condenável como um cigarro, a Organização devia prevenir a população do perigo para a saúde mental que constitui uma exposição excessiva à Cristina Ferreira ou ao Cláudio Ramos - continuando nos chouriços da casa -, e denunciar o Estado como agressor da saúde social da Gaffe, portando-se como um trafulha.
Não vai adiantar dizer que outros valores mais altos e globais se levantam, mesmo sabendo que os rabos da OMS continuam sentados a observar a deriva dos Continentes, porque se - como diz o senhor Donne -, nenhum homem é uma ilha, convém que no mapa se localize o rapaz usando todas as coordenadas.
Travemos o bólide antes de nos espetarmos contra as agulhas da Covid-19.
No entanto, não é nos chouriços que a Gaffe quer cravar o garfo.
A Definição de Saúde que rege a OMS engloba a física, a mental e a social. Nada é completamente saudável se uma das premissas estiver em desequilíbrio.
É de utilidade extrema que a OMS nos dê a conhecer os demónios de um Alcácer-Quibir alimentar, mas é espantoso que esqueça os restantes domínios que deveria por missão abarcar. Nunca a OMS alertou, fornecendo apenas uns pobres exemplos, para danos que o consumo dos globalizados reality shows provoca nos cérebros das populações expostas, nunca se ouviu um alerta para o perigo de se ler Margarida Rebelo Pinto ou Pedro Chagas Freitas - mordendo apenas os chouriços portugueses -, e não parece que a Organização se preocupe muito com o facto de a Gaffe ter de pagar ao Estado uma Certidão de Registo Criminal que lhe é exigida para complemento do processo de fuga que está a organizar, sem que o recibo ou a fatura do Acordo Ortográfico de 1990 seja emitida com o número de contribuinte, apesar do espanto da requerente e a troça da funcionária que a atendeu.
Estas miudezas causam prejuízos no sistema nervoso das pessoas e o consumo excessivo de imbecilidade, de indiferença social, de prepotência e de abusos vários de poder e de confiança, provocam maleitas que levam directamente ao consumo desenfreado dos enchidos processados e degradados em que somos enfiados.
A Gaffe recusa-se a ouvir que a OMS tem horizontes que não são vislumbrados pelo mísero quotidiano de cada um de nós, que a OMS paira para além do mais banal problemazito da Gaffe indignada por se ver a todo o desprevenido instante exposta a Casamentos à Primeira Vista, encharcada por números de telefone de valor acrescentado e vigarizada pelo Estado. Se uma alheira de Valpaços é, para a OMS, tão condenável como um cigarro, a Organização devia prevenir a população do perigo para a saúde mental que constitui uma exposição excessiva à Cristina Ferreira ou ao Cláudio Ramos - continuando nos chouriços da casa -, e denunciar o Estado como agressor da saúde social da Gaffe, portando-se como um trafulha.
Não vai adiantar dizer que outros valores mais altos e globais se levantam, mesmo sabendo que os rabos da OMS continuam sentados a observar a deriva dos Continentes, porque se - como diz o senhor Donne -, nenhum homem é uma ilha, convém que no mapa se localize o rapaz usando todas as coordenadas.