- Os opostos atraem-se - diz o povo que nem sempre tem razão.
A polaridade que na física faz todo o sentido, declarando por lei, entre outras coisas, o fascínio incontrolável que o positivo tem pelo negativo - e vice-versa - e que, com o seu sabor oriental, o yin-yang ilustra filosoficamente, não é generalizável quando nos aproximamos dos pobres mortais.
A naturalidade com que nos apaixonamos por uma criatura adversa e contrária a tudo o que somos e a tudo aquilo que nos constrói, parece ser tão constante que se torna suspeita.
Somos atraídas por homens que encarnam o nosso oposto e os homens tombam mortos de amor por mulheres que jamais partilharão uma das suas mais raquíticas ideias ou certezas. O facto é corrente e aceite quase como norma ou inevitabilidade.
Creio que esta oposição fatalmente magnética é, no entanto, delimitada no tempo e sofrerá um desgaste inevitável.
Ninguém consegue aguentar a eternidade que nos é emprestada ao lado de uma pessoa cuja vivência é contrária à nossa. Torna-se uma maçada e uma canseira, aguentar contradições constantes, controlar, adaptar, silenciar, encaixar, reconduzir, moldar, reconstruir, contornar, acomodar ou ajustar todas as nossas acções ou pensamentos aos pensamentos e acções de quem tenta fazer o mesmo. É confuso.
Existe uma espécie agressividade latente e quase sensual no início de uma relação entre opostos cujas características se vão atenuando ao longo do tempo, até restar apenas a vontade de estraçalhar, atiçando um rottweiller, as canelas da oposição.
A durabilidade do amor que amadurece tranquilo e aconchegante, é maior quando estão envolvidas duas vidas que partilham rumos idênticos, caminhos similares, traçados com ferramentas encontradas em comum.
Vejo-me, neste seguimento, num futuro que espero longínquo, deserta destes morenos encorpados, com ar sacana, patifes sedutores de barba rija, aventureiros retesados e audazes, marinheiros e piratas crestados pelo sol dos meus sonhos mais inconfessáveis, dispostos a uma escravidão sexual muito pouco digna, embarcados em naus de tíbias traçadas na bandeira.
Terei por companheiro, por esta ordem de ideias, um suave e inocente tom de ferrugem que, pousado no meu colo, me vai lendo pedaços de Brontë no vendaval que é já um sopro de um sonho entardecido de uma noite de Verão enluarada.
A naturalidade com que nos apaixonamos por uma criatura adversa e contrária a tudo o que somos e a tudo aquilo que nos constrói, parece ser tão constante que se torna suspeita.
Somos atraídas por homens que encarnam o nosso oposto e os homens tombam mortos de amor por mulheres que jamais partilharão uma das suas mais raquíticas ideias ou certezas. O facto é corrente e aceite quase como norma ou inevitabilidade.
Creio que esta oposição fatalmente magnética é, no entanto, delimitada no tempo e sofrerá um desgaste inevitável.
Ninguém consegue aguentar a eternidade que nos é emprestada ao lado de uma pessoa cuja vivência é contrária à nossa. Torna-se uma maçada e uma canseira, aguentar contradições constantes, controlar, adaptar, silenciar, encaixar, reconduzir, moldar, reconstruir, contornar, acomodar ou ajustar todas as nossas acções ou pensamentos aos pensamentos e acções de quem tenta fazer o mesmo. É confuso.
Existe uma espécie agressividade latente e quase sensual no início de uma relação entre opostos cujas características se vão atenuando ao longo do tempo, até restar apenas a vontade de estraçalhar, atiçando um rottweiller, as canelas da oposição.
A durabilidade do amor que amadurece tranquilo e aconchegante, é maior quando estão envolvidas duas vidas que partilham rumos idênticos, caminhos similares, traçados com ferramentas encontradas em comum.
Vejo-me, neste seguimento, num futuro que espero longínquo, deserta destes morenos encorpados, com ar sacana, patifes sedutores de barba rija, aventureiros retesados e audazes, marinheiros e piratas crestados pelo sol dos meus sonhos mais inconfessáveis, dispostos a uma escravidão sexual muito pouco digna, embarcados em naus de tíbias traçadas na bandeira.
Terei por companheiro, por esta ordem de ideias, um suave e inocente tom de ferrugem que, pousado no meu colo, me vai lendo pedaços de Brontë no vendaval que é já um sopro de um sonho entardecido de uma noite de Verão enluarada.
Uma maçada.