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Dusan Susnjar |
Suspira-se quando se atravessa - mordendo o lábio com que nos mente -, na vida que trazemos engolida pela multidão dos bons rapazes. A inconsciência dos estragos que provoca é encantadora e o sorriso quase infantil que espalha nos corações destroçados, acreditando que a culpa dos estilhaços nos pertence por inteiro, é cativante.
Não adianta irritarmo-nos. O bom sacana desarma qualquer
indignação com intenções mais bélicas e acaba a mendigar perdão apenas porque
acredita mesmo que é nesse aparente arrependimento que reside a placidez do mundo. Neste malandro um pedido de
desculpa é sempre um acto de altruísmo e a alegria com que o realiza torna-se
comovente aos nossos olhos.
É irresistível!
Irresistível, porque nenhuma mulher consegue por tempo
indefinido asfixiar o instinto maternal que este sacana desperta. Salta-nos a
enfermeira cá para fora, para fazer companhia a babysitter que
entretanto já tinha chegado.
O que fazer então quando no recreio o nosso colinho é
implorado por este bom malandro?
O mais aconselhado é apalpar-lhe o rabinho, verificar no corpinho todo, com muita vontade e afincadamente, se não tem dói-dói e depois mandá-lo para casa da mãe, já muito habituada a mudar-lhe a fralda.