20.8.22

A Gaffe faz um intervalo


A Gaffe decide, no tempo que lhe é permitido repousar das inúmeras tarefas que uma rapariga esperta sempre tem nos braços, retornar à sua cidade e fazer de conta que de lá nunca saiu, retomando as velhas e fiéis amizades doidivanas e percorrendo os caminhos de Montmartre à procura das partículas de alegria que rolaram pelas escadas gastas por vidas e prazeres tão juvenis.

Promete passar por aqui para vos ver, mas vai guardar todos os mimos para quando regressar se poder deliciar com tudo ao mesmo tempo.

Parte triste, porque tem já imensas saudades deste cantinho onde as palavras tontas permanecem por ler - custe o que custar ao seu narcisismo quase pueril -, mas volta num instante com força renovada e Dom Pérignon para festejar convosco.

Hoje é dia de partir.

É dia de embalar palavras, de as embrulhar, de as guardar em caixas de papel amarrotado ou de as soltar no ar como se fossem pássaros.
Hoje há um até já pousado no meu ombro a espreitar o fim do que eu escrevo e no entanto suspeito que estou tão habituada a não chegar a nada que parto a toda a hora.

Até já!