Giovanni Gasparro |
Cada vez me indigna mais verificar a quantidade de manobras corruptas que levam imberbes idiotas a lugares decisórios.
É habitual em qualquer regime que começa a apodrecer e, por muito que apeteça distribuir chapadas, mantenho uma calma oriental, porque acredito que o sistema tombará sem qualquer acção por parte dos lesados. É impossível manter de pé seja que edifício for, durante muito tempo, quando os alicerces são de plástico colado com saliva. A renovação e a limpeza ocorrerão mais cedo ou mais tarde. Haverá um breve período em que a competência e eficácia serão valorizadas e voltaremos a iniciar o ciclo.
O que me repugna é o conjunto de viciados na cunha.
Há uma espécie de gentalha que usa todo o processo de corrupção, viciando qualquer jogo, mesmo quando não necessita de o fazer.
Passam a usar a cunha como quem inala cocaína. Não conseguem dar um passo sem ter assegurado que alguém colocou no caminho um estrado capaz de aguentar o peso da passada e, mesmo que o caminho esteja limpo e seja sólido, são incapazes de o palmilhar sem primeiro meter uma cunha.
Outros há que se tornaram profissionais. A cunha, nestes casos, é institucional, quase uma Fundação, usada para favorecer indiscriminadamente conhecidos e alheios. Não interessa se o cargo, o lugar, a comenda, ou seja o que for, não se lhes dirija directamente. Se há espaço para a cunha, enfiam-na. Enviesados e oblíquos, chegam de língua de fora, com uma mórbida ladainha cheia de lamentos, e cravam a cunha. Podem dela não usufruir, sendo a intervenção corrupta favorável a outro que nem sequer necessita de ser íntimo, mas o capital aumenta e alarga o campo de manobra do viciado.
- Hoje, fiz o que tinha a fazer por ti...
São os mais nojentos, repulsivos, asquerosos e sujos medíocres de todas as histórias, porque não admitem e não concebem a vida sem cunhas e se espantam, indignados e revoltados, quando alguém lhes foi indiferente ou negou os seus serviços.
Posto isto, e porque não me apetece criar um post do tamanho de algumas das cunhas que refiro, devo dizer que assisto à proliferação destas manobras com uma espécie de atitude alcoólica ou comatosa. Só com uma bebedeira monumental seguida de coma alcoólico é que se consegue não desatar aos gritos.
O que me repugna é o conjunto de viciados na cunha.
Há uma espécie de gentalha que usa todo o processo de corrupção, viciando qualquer jogo, mesmo quando não necessita de o fazer.
Passam a usar a cunha como quem inala cocaína. Não conseguem dar um passo sem ter assegurado que alguém colocou no caminho um estrado capaz de aguentar o peso da passada e, mesmo que o caminho esteja limpo e seja sólido, são incapazes de o palmilhar sem primeiro meter uma cunha.
Outros há que se tornaram profissionais. A cunha, nestes casos, é institucional, quase uma Fundação, usada para favorecer indiscriminadamente conhecidos e alheios. Não interessa se o cargo, o lugar, a comenda, ou seja o que for, não se lhes dirija directamente. Se há espaço para a cunha, enfiam-na. Enviesados e oblíquos, chegam de língua de fora, com uma mórbida ladainha cheia de lamentos, e cravam a cunha. Podem dela não usufruir, sendo a intervenção corrupta favorável a outro que nem sequer necessita de ser íntimo, mas o capital aumenta e alarga o campo de manobra do viciado.
- Hoje, fiz o que tinha a fazer por ti...
São os mais nojentos, repulsivos, asquerosos e sujos medíocres de todas as histórias, porque não admitem e não concebem a vida sem cunhas e se espantam, indignados e revoltados, quando alguém lhes foi indiferente ou negou os seus serviços.
Posto isto, e porque não me apetece criar um post do tamanho de algumas das cunhas que refiro, devo dizer que assisto à proliferação destas manobras com uma espécie de atitude alcoólica ou comatosa. Só com uma bebedeira monumental seguida de coma alcoólico é que se consegue não desatar aos gritos.