Robert Mcginnis |
As pernas de uma mulher são duas armas de assassino calibre. Perigosas na vertigem que provocam, potentes se disparam, maléficas e maquiavélicas.
São duas lâminas, dois punhais de puro-sangue, dois cisnes, duas águias, dois destinos.
Queimam o ar e rasgam perene cicatriz nos olhos de quem ousa tocar-lhes o veludo.As pernas de uma mulher são dois segredos, a morte violentíssima do incauto e o surpreendente encontro com o precipício.
Os rapazes sentem isso e por isso petrificados hesitam quando as traçamos como hastes frágeis ou vibrantes gazelas.
O encontro com o Belo é sempre um terramoto mudo que lhes derruba a alma. Tentam encontrar depressa outro Marquês - de Pombal ou de outro que o título é já bastante -, mas é no espaço que dura essa procura que a Beleza traça as pernas e subjuga o Tempo.