21.4.23

A Gaffe marinheira


Dentro dos nossos sonhos mais travessos, haverá sempre um homem do oceano pronto a zarpar, desfraldando velas em mastros turbulentos.
Em cada sonho nosso mais matreiro, a armada azul e branca tem guardado um nó perfeito a desatar por nós, nas noites de tumulto no mar da nossa carne em desatino.
Só dentro do sonho breve, o marinheiro que navega em nós, mesmo que o oceano seja um copo de água, tem sempre cordas fortes e capazes de ancorar as nossas fantasias.

Mas, opondo-se ao imaginário, nem sempre um porto erguido no real, traz no coração um nó de marinheiro desatado. Há portos que onde as cordas são fios frágeis de seda e nevoeiro. Os nós, a cegar, ficam sem pontas.