28.5.24

A Gaffe regressa ao faduncho


Aqui
os rastos desta dor são como vidro
onde resta o rosto já partido
da terra ou o das águas por findar

Aqui
tudo é previsto ter uma parede
e a cal escalda branca só de sede
na noite de uma casa sem luar

Aqui
é só na minha dor que eu estremeço
apenas nesta seda onde não teço
a madrugada dos lírios por cortar

Aqui
o dia que se verte sobre a asa
magoa esta saudade a voar rasa
no céu de uma raiz quase a chorar

Aqui
será de novo teu o que florir
a raiz que erguer o que há-de vir
quando o meu chão doer no teu voltar

Aqui
hás-de voltar para ti
fingir que foi de outra o que eu sofri
ao lancetar a ferida que é lembrar

Aqui
eu sou a que faz falta ao teu voltar
o lanho que se esquece de sangrar
na minha vida ferida só por ti

Aqui
hás-de voltar a ti