Hoje estou floral, porque me apetece.
Há dias em que tudo é maçador e entediante. Dias em que nos aproximamos da compreensão do spleen queirosiano e desejamos as ruas vazias, sem bulício, as janelas calafetadas e todos os livros fechados.
Dias de não haver diários.
São dias sem gente ou com gente que não vamos ver.
Dias em que me apetece apenas a enternecedora tontura dos aromas entrançados de flores antigas, numa mudez, numa nudez, que é a mais perfeita forma de dormir sem gota de perfume.
São dias sem gente ou com gente que não vamos ver.
Dias em que me apetece apenas a enternecedora tontura dos aromas entrançados de flores antigas, numa mudez, numa nudez, que é a mais perfeita forma de dormir sem gota de perfume.
Dia que se atiram contra as paredes e fazem do tempo que passa um trapo que se esquece no côncavo das horas mortas.
Estou cansada e penso que hoje todas as minhas emoções foram dispostas como naturezas-mortas. Alguém, externo ao meu sentir, assim as quis e assim foram entregues.
São emoções sem a minha alma dentro.