26.7.24

A Gaffe olímpica


É certo e sabido que o desporto produz atletas excelentes que nos regalam os olhos e nos deixam a salivar.

É tudo tão bonito - em todos os sentidos e formatos - que se torna difícil escolher uma imagem que mereça destaque. Ficamos sideradas com tudo aquilo que vemos mergulhar, esbracejar, correr e saltar, pular e rodopiar no estádios, rampas ou piscinas. Um corrupio nunca visto tão juntinho de grandes e valentes rapagões.
Um fotógrafo, se quiser ser mais original, não se pode limitar a captar as imagens que todos os outros coleguinhas facilmente apanharam já também. É apontar a objectiva para qualquer lado onde se agitam os atletas e rapidamente se faz uma brilhante fotografia de nos fazer levantar do sofá com as pernas tortas ou flectidas.


Exactamente por isto, escolhi uma de Rhys Howden, captada por Mark Nolan, mas a verdade é que o pólo aquático ficava muito mais interessante com este rapaz na equipa australiana.
Apesar de não o favorecer muito e da presente e reduzida reprodução não fazer justiça ao ar malandro do rosto atleta, a fotografia, mostrando-o no momento que antecede a entrada em competição, é um achado e consegue captar a expressão quase irónica de quem se sabe observado e gosta de se sentir olhado sem o reconhecer de forma aberta.
As texturas que o envolvem são incríveis e a luz faz delas um cenário próximo daqueles onde  - fala o estereótipo - se moviam os gladiadores antes da entrada na arena para o confronto com os outros leões.

Não é o repouso do guerreiro. É o momento exacto que antecede a luta e apesar de poder escapar facilmente do catálogo que reúne as fotos habituais neste tipo de evento, é sem sombra de dúvida uma fotografia olímpica de um semideus que espera medalhas.