25.9.24

A Gaffe muito querida


São amáveis, gentis, prestáveis, educadíssimos, atenciosos, ingénuos, cavalheirescos e toda uma panóplia de predicados que por norma apensamos aos referidos e que neles se encaixam sem destoar.

Quando sorriem, juramos que há pão quente nas nossas madrugadas mais friorentas. Quando nos seguram a mão, pensamos ter saído de coches encantados. Quando nos elogiam, fazem a coroa dos Stuart parecer brinquedo de menina. Quando nos protegem – e fazem-no com insistência – sentimos que há exércitos à porta e que nada nos poderá tocar sem primeiro os fazer ruir. Quando nos apaziguam, oferecem-nos a mansidão de todas as planícies. Quando o sol abrasa, estendem toalhas de linho branco e de cetim no céu e sempre que chove mergulham na torrente para nos fazer chegar um guarda-chuva.

Cheiram bem. Cheiram a sabonetes Ach Brito. São como as manhãs frescas junto ao mar ou pêssegos pousados sobre a mesa e cuidam dos corpos perfeitos só para nós.

São uns queridos.

A Gaffe não entende como consegue pensar, quando apanha um pela frente, em como seria bom estraçalhar-lhes as qualidades contra um muro e no meio da porcaria do mato,violá-los com uma motosserra.