25.6.20

A Gaffe sinfónica



Perguntaram à Gaffe, assim, sem mais nem menos, de repente, de chofre, sem contar, de embate, de colisão e à falsa fé, qual é a sua escolha musical para fazer sexo.

Como seria de esperar, olhou de soslaio para a ousadia e pensou seriamente que se prontificavam a fazer gracinhas com pífaros, pandeiretas, flautas e flautins, órgãos de tubo, harpas e oboés, mas o músico era um rapagão com um melífluo ar inocente capaz de lhe escrever todas as pautas que quisesse. Não lhe pareceu capaz de arriscar ouvir a resposta mais grosseira que incluiria a qualidade da batuta do maestro.


É evidente que uma rapariga esperta, no caso inquirido, constrói a sua própria melodia e não descura as mais repetitivas ou as menos elaboradas, as de ritmo pobre e mesmo as em dó menor. Tudo depende da interpretação da orquestra. 

Seja como for, mesmo que saibamos que tudo o que temos é semi-colcheia, devemos sempre exigir que se ouça Wagner.

As sinfonias todas.