Tenho hoje o dia plano, como um lençol que flutua. Fechado, como um gesto por fazer.
Gosto quando é cedo para tudo e tudo o que ficou por fazer nos outros dias planos sustenta e equilibra o flutuar das horas.
Gosto de pairar onde não há nada e o que houver virá depois, adiado e entardecido, como um envelope que nos esquecemos de enviar, mas que por estar vazio chegará ao destino mal nos aprouver.
O vazio encontra sempre as mãos do dono.