11.7.22

A Gaffe embalada


Rodney Smith

Anjo da Guarda 
De olhos cinzentos 
Protege minh’alma 
Da fúria dos ventos 

Anjo da Guarda 
Doce companhia 
Não deixes morrer 
A luz do meu dia 

Num alto rochedo 
Pousa a minha mágoa 
E faz com que o medo 
Se transforme em água


E quando eu partir 
Meu Anjo menino 
Dá-me as tuas asas 
Qu’eu sou pequenino*

Penteava-me o cabelo com os dedos e murmurava a ladainha docemente. Depois de me beijar, arranjava as almofadas e ao sair o meu avô sorria e fechava as asas.

 

*Canção de embalar francesa do século XIX na tradução livre do meu avô.