A hora em que não ouço este meu porto.
Próxima do alvorecer, a hora do deserto interrompe as terras e passa como um vadio com o silêncio nos bolsos. Nessa hora, o rio não tem queixume e dele apenas sinto as mudas ondulações do desbotado ondular. É a hora das palavras por dizer. Chegam nos bolsos do vadio que passa, junto aos silêncios, e ficam presas nos frouxos candeeiros como frutos ou pedaços de gente bêbada, escura, que adormece.
Invento o meu ruído nessa hora. O que me faz ouvir o que nas outras horas emudece. Abro a porta da varanda e debruço-me nos bolsos dos vadios, dos que usam o silêncio como frutos ou travos de gente pendurada nos vagos candeeiros, e deixo que as palavras sigam deslumbradas como se tivessem nascido há pouco tempo e pasmadas se infiltrassem nos rochedos.
A minha hora muda é o silêncio dentro dos vadios e uma mulher com cabelos soltos, nua, a flutuar no rio.
Invento o meu ruído nessa hora. O que me faz ouvir o que nas outras horas emudece. Abro a porta da varanda e debruço-me nos bolsos dos vadios, dos que usam o silêncio como frutos ou travos de gente pendurada nos vagos candeeiros, e deixo que as palavras sigam deslumbradas como se tivessem nascido há pouco tempo e pasmadas se infiltrassem nos rochedos.
A minha hora muda é o silêncio dentro dos vadios e uma mulher com cabelos soltos, nua, a flutuar no rio.